O que logo vem à sua mente quando você ouve a
palavra filosofia? Certamente ela tem várias acepções: muitos dizem ter uma
filosofia de vida, uma determinada empresa diz ter uma “filosofia de
organização”, entre outros contextos os quais esta palavra é encaixada. A
etimologia de filosofia vem do grego: “filo” significando amigo ou em algumas
traduções, amante e “Sophia” representando saber ou sabedoria, então amigo ou
amante do saber ou da sabedoria. Mas... O que leva uma pessoa a mergulhar na
aventura de estudar o que mais uma vez chamamos de Filosofia?
Sócrates demonstrou que diferentemente do sábio,
aquele que tem o saber em completude, o filósofo é aquele que está sempre na
busca, visando o aprendizado. A fala de Sócrates no diálogo platônico “O Banquete”
denota bem essa condição, veja que ele alude aos deuses:
“O que adquire hoje, perde amanhã, de forma que EROS nunca é rico nem pobre e se encontra sempre a meio caminho da sabedoria e da ignorância. E a razão é a seguinte: nenhum dos deuses se dedica à Filosofia nem deseja ficar sábio- pois isso ele já é- tal como entre os homens não precisa filosofar quem já é sábio. Por outro lado, os ignorantes também não se dedicam á Filosofia nem procuram ficar sábios. A ignorância apresenta esse defeito capital: é que, não sendo nem belo nem boa nem inteligente, considera-se muito bem dotada de todos esses predicados. Quem não sente necessidade de alguma coisa, não deseja vir a possuir aquilo de cuja falta não se apercebe.”
Portanto, qual motor nos leva a entrar em um curso de Filosofia? Resposta: o grande desejo de busca do saber, a philia ou amizade pelo mesmo. Para se dedicar bem não apenas ao curso, mas ao filosofar é necessária a inspiração, uma inspiração que nos captura, envolve, que nos faz abrir mão do que antes pretendíamos por um desejo maior: posso citar o meu caso como exemplo que abri mão de ingressar no renomado curso de Medicina para seguir carreira na área. Uma área que não se resume a frases magníficas voltada para a solução de problemas ou para a realização pessoal, isto fica para os manuais de auto-ajuda, o que nós nos dedicamos é ao estudo acompanhado de investigação conjunta, vide Platão e seus diálogos e seguindo o que disse Kant: “Não se aprende Filosofia, mas a filosofar”- a nossa satisfação não está apenas em absorver conteúdo, mas divulgá-lo, por este mesmo motivo fiz este texto o qual você está lendo.
Enfim... Podemos afirmar que a Filosofia não é para
qualquer um, tem até alguns que acham que ela é “uma coisa para loucos”. Mas
apenas digo uma coisa: ela satisfaz, mas como já afirmado, não permanentemente,
nossa satisfação é provisória e precisa ser renovada, por isso afirmo que somos
loucos pelo saber.
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Excelente texto, somos loucos pelo saber e nunca nos contentamos com o pouco que sabemos.
ResponderExcluirObrigado, Alva A! Repasse!
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