A polêmica explodiu
nos últimos dias, sem mais nem menos: um professor de uma escola de Brasília
citou a funkeira Valesca Popozuda em uma questão da prova de Filosofia do
Ensino Médio, mas não de qualquer forma, ela era colocada nessa questão 11 como
uma “grande pensadora contemporânea”. Surpreendente? Pode ser que sim e pode
até ser que não, visto que em um país com problemas há décadas na sua educação
básica até mesmo um delinqüente pode ser considerado por certas pessoas desavisadas
como um “grande educador”. Mas o problema não é esse e, de fato, recai na
reação raivosa da sociedade, ela agiu de imediato, por um cogito pré-reflexivo,
digamos, e não compreendeu a ironia utilizada pelo professor Antonio. Sim, ele
foi irônico! E você? Percebeu?
Cartum satiriza Azevedo: ele precisa ter aulas com Valesca Popozuda! |
Manuais pedagógicos
recomendam que em aulas de Filosofia o tema tratado seja contextualizado com o
cotidiano vivenciado pelos alunos, a fim de despertar o interesse no conteúdo.
Esta foi a tentativa do professor Antonio na prova, ironicamente por humor
atiçar uma reflexão, pois sabemos que no Ensino Médio o interesse filosófico
pode ser nada bom. Algo também que a sociedade está por fora, é que a Filosofia
pode abordar quatro tipos específicos de cultura: a erudita, a acadêmica (ou
universitária), a popular e a de massas e o funk acopla-se dentro dos dois
últimos. Basta que procuremos estudar um pouquinho de Antropologia e tirar da
cabeça a noção de que filósofos tratam apenas de temas ‘cultos’ e compõem
frases de auto-ajuda para os internautas copiarem e colarem assiduamente pelas
redes sociais.
Além da Matemática,
aulas de Português não costumam serem bem visadas pela maioria das pessoas e
pior de tudo é elas acharem ridículo serem corrigidas quando erram. Seria bom
que elas se esforçassem para mudarem essa perspectiva e buscarem
aprender muito bem figuras de linguagem: sinédoque (pois nem tudo é generalização), hipérbole e muita ironia.
Mas acabo agora de ser detido: o que fazer se o ensino básico amarga a
decadência há décadas!? Desde a ditadura!
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Meu caro Mota, creio que faço parte desses brasileiros que não entendem as figuras de linguagem, pois não compreendi em que contexto o professor usou, Valesca como grande pensadora, pois mesmo em uma perspectiva irônica, não vi a necessidade de escalar ela, em tal categoria. Concordo com você de que temos vários tipos de cultura : as a erudita, a acadêmica (ou universitária), a popular e a de massas. Porém quando começamos a dizer que algo como funk é uma cultura que deve ser elevado a patamares altos, podemos cair em um erro, pois modismo do Funk hoje, não se faz autossuficiente, para lançar grandes pensadores.
ResponderExcluirMeu caro, a tentativa não é de elevar o funk. Podemos não gostar dele, mas isso não o retira da cultura popular e de massas. Leia bem as coisas, estude mais, observe com bastante atenção antes de comentar. Analisando bem você pode alcançar o ponto comum ao texto.
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