sexta-feira, 14 de março de 2014

O fim do ensino básico




Não podemos negar que nada (pelo menos ainda) substitui a escola em sua importância, nem mesmo as redes sociais que, inclusive, estão sendo muito utilizadas para propagar discursos de ódio. O local de aprendizado passou por inúmeras transformações ao longo das diversas épocas que a História registrou. Trataremos neste texto, infelizmente, de uma questão péssima: o fim do ensino básico. Isto mesmo! O ensino básico está degradado! E a ditadura militar, por exemplo, é um dos fatores responsáveis por essa degradação. Vejamos:


A partir do golpe de 1964 o caráter antidemocrático também foi espelhado na educação: professores foram presos e demitidos, estudantes também foram presos e a UNE, a União Nacional dos Estudantes, foi fechada. O medo de expressar a própria opinião emergiu no ambiente escolar, suprimiu-se a Filosofia, visto que um pensamento crítico poderia ser uma arma eficaz contra as imposições do governo. Além disso, educadores com perspectivas influentes na atualidade também foram exilados, como Paulo Freire, patrono de vários institutos de educação, e Anísio Teixeira, ou mudaram de profissão com medo das torturas dos militares. Este período até hoje tem seus traços na sociedade democrática em que vivemos, mas quais são os aspectos?


Os professores têm seus salários suprimidos. Com a hora-aula valendo R$ 10,00 podemos encontrar uma atividade banal qualquer que valha mais que o trabalho de um professor da escola pública. Uma sala de aula lotada com 50 alunos que o desrespeitam por via de agressões verbais ou físicas o põe em uma situação desesperadora onde o ganho é pouco e a violência na escola é uma aliada desse desespero. A educação de qualidade se dá com professores bem pagos, assim há mais motivação no trabalho para se unir aos que já amam por instinto a profissão. Outro aspecto é a estrutura carente das escolas, faltam livros, há profissionais atuando em áreas que não têm formação, como um docente de matemática dando aula de Física e o local de trabalho é precário: podemos encontrar salas de aula a céu aberto ou sem luz, etc. Os governos atuais desprezam a educação e em suas campanhas até deixam de citar salários, isso é comum, propõem até a federalização do ensino público, mas nem sequer tocam no salário.


O que fazer então? Sem escola básica? Termos a certeza de que vamos nos deparar com pessoas que vão querem discutir algo- política é muito comum- sem a mínima formação*, pessoas que se lançam à ação pelo que vêm à cabeça, como os justiceiros de plantão que vagam pelas ruas do Rio de Janeiro, de São Paulo e do restante do Brasil e os cursos de Licenciatura ficando para os chamados “fracos”, os que foram mal no Enem ou vestibulares- Gente, hoje é até permitido acertar menos da metade do Enem e ingressar na universidade! Sim! Isso é permitido! Acredite você ou não!- fora a evasão desses cursos: muitos esperam o período exato para pular para o bacharelado ou já ingressam nele, visto que ser professor virou sinônimo de ser palhaço, perante governos e estudantes (estudantes?)


Ainda cabe a nós fazermos a nossa parte, mesmo que a escola tenha perdido injustamente sua função. Foucault disse que ela é responsável pelo amadurecimento da alma. Pesquise e você encontrará até um frasco de desodorante “Rexona” valendo mais que uma aula.


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